Instrumentos de tortura - Peças de vestuário
Forquilha do herege
Gravura exemplificativa
Peça oriunda da Veneza dos anos 1500 – 1700 . De uma colecção privada italiana. O colar de couro foi restaurado.
Com quatro pontas afiadíssimas que se cravavam em profundidade na carne debaixo do queixo e sobre o externo, a Forquilha do herege fazia parte dum grupo de peças de vestuário, com pontas aguçadas, que eram e continuam a ser em determinados ambientes, os preferidos de religiosos auto-flageladores. Obviamente, os mesmos instrumentos foram usados pelos torturadores inquisitórios.
“Pieti” ou Cinto de auto-flagelação
Espanhol ou Francês. Finais do Séc. XVIII, inícios do Séc. XIX. De uma colecção privada francesa.
Era outra dessas peças que consistia num simples cinturão, feito de uma malha de arame com quase 220 picos de ferro muito afiados e dirigidos para o interior. É um dos numerosos engenhos que “sobreviveram” até aos nossos dias e que é referenciado em variadas fontes iconográficas. Bastante apertado em volta da vítima, fere e destrói a carne, a cada pequeno movimento ou sempre que se respira. Depois surge a infecção, a gangrena e a putrefacção e muitas vezes o verdugo ampliava esse sofrimento, colocando vermes carnívoros nas partes descarnadas, que penetravam no interior do abdómen.
A Mordaça de ferro ou Açaime silenciador
Esta invenção abafava os gritos e gemidos dos torturados, para não importunar os debates de seus torturadores entre si. Compunha-se de um aro de ferro, no interior do qual havia uma protuberância chamada "caixa", a qual se colocava na boca da vítima, fechando-se o aro metálico na nuca. Uma minúscula abertura permitia a entrada do ar; o que podia ser interrompido pela acção do verdugo. Uma simples pressão dedos poderia provocar a asfixia do condenado. Frequentemente os condenados eram assim amordaçados, sobretudo quando se tratava de autos-de-fé, para que seus gemidos não perturbassem a audição da música sacra, que acompanhava esses autos.
Mordaça aplicada
Este instrumento era usado desde a época romana, mas na Idade Média foi aperfeiçoado, com a colocação de farpas na caixa, de maneira não só de silenciar, mas também de ferir. Giordano Bruno, um dos intelectuais mais brilhantes de sua época, foi queimado na Praça do Campo dei Fiori, em Roma, em 1600. Tinha colocado um açaime de ferro com espigões, um dos quais lhe perfurava a língua e outro, o céu da boca. A mordaça era usada tanto durante os interrogatórios como durante as execuções, ou simplesmente para calar ou punir os prisioneiros mais obstinados e refilões.
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