quarta-feira, novembro 22, 2006

TEMPO

No post anterior fiz algumas previsões que podem falhar, mas isso só o Tempo dirá.

No entanto embora não tenha sido explícito deixei a entender no final do post que algo mais iria dizer. Ao colocar a Negrito a palavra Tempo.

É relativamente fácil fazer previsões quando temos a informação toda sobre alguns assuntos específicos e, acima de tudo,
algum controle sobre determinadas circunstâncias.

E de facto, eu tinha intencionado colocar este post com este título, por isso o negrito.

A única coisa que não pude controlar foi o Tempo. O tempo livre de o colocar aqui.

Isso foi uma das coisas que eu não podia prever, entre muitas outras que eu não controlo e que poderiam inclusivamente impedir-me de o colocar aqui, nem que tivesse todo o tempo do mundo.

Depois deste interlúdio, talvez um pouco longo e palavroso demais, passo ao tema do post, que está relacionado com este texto, que li algures e achei interessante tendo-o por isso guardado. Não é de minha autoria e não conheço pessoalmente o autor, mas isso não é importante.

O que é facto é que este texto abaixo transcrito, explica um pouco as razões d' A Matriz ainda não ter começado a destilar a sua verdadeira essência.

TEMPO

«“Ontem, entre o nascer e o pôr do sol, perderam-se duas horas muito valiosas, cada uma com sessenta minutos que valem ouro. Não se oferece recompensa por elas, porque se perderam para sempre.”

Esta frase foi escrita por uma autora Americana do Século 19 e ilustra que o homem está bem ciente da passagem do tempo. A cada tic-tac do relógio, avançamos um passo na corrente do tempo. E seremos sábios se fizermos bom uso do tempo.

Especialmente porque os dias da nossa vida são poucos e fugazes.

Os 70 ou 80 anos da duração normal da vida são breves demais para absorver o considerável conhecimento e tirar proveito de todas as outras coisas boas que esta terra possui.

O que é curioso é que a noção de tempo passado ou futuro, ou de eternidade, parece ser peculiar apenas ao homem.

Não se pode negar que todas as coisas vivas se apeguem à vida. Os animais comidos por outros animais procuram instintivamente escapar de seus predadores por fugirem ou se esconderem. Muitas criaturas lutam para proteger sua cria contra predadores.

Tal reacção instintiva à ameaça de morte desempenha um papel vital na preservação da vida animal.

Mas, significa isso que os animais podem avaliar o passado e o futuro assim como o homem?

Conforme sabemos, o homem pode reflectir no passado e planear o futuro. No sossego de seu próprio lar, ele pode pensar nos dias de sua mocidade — suas travessuras, seus desapontamentos, seus fracassos, seus sucessos. Pode planear acções futuras — construir uma casa nova, comprar mobília, decidir a espécie de educação que gostaria que seus filhos recebessem, e assim por diante.

Mas, por exemplo, será que um cão pode meditar na sua infância, nas crianças com que brincava então, no seu crescimento e acasalamento?

No seu livro Os Animais São Bem Diferentes , Hans Bauer mostra o que as pesquisas revelaram:

“O cão sempre precisa duma impressão real nos sentidos para poder evocar incidentes anteriores. Digamos que ele seja levado em certa ocasião a uma cidade desconhecida, na qual passa por um ou outro incidente. Depois de voltar para casa, as impressões recebidas terão sido esquecidas. Mas se ele voltar ao mesmo lugar, lembrar-se-á delas. De fato, é uma das peculiaridades e vantagens especiais do humano, em comparação com a estrutura psicológica animal, que o conteúdo da memória humana não é associado com as necessidades de cada dia, mas está encravado na corrente da consciência como um todo.”

Assim, dissemelhantes do homem, os animais não podem recordar eventos do passado.

Outra característica do tempo é que embora o tempo seja universal, nenhum homem que vive é capaz de defini-lo. É tão insondável quanto o espaço. Não há quem possa explicar onde começou a corrente do tempo e para onde vai.

É, contudo, possível entender certas características do tempo. Pode-se medir seu aparente índice de escoamento. Além disso, é apenas unidireccional. Como o tráfego numa rua de sentido único, o tempo passa inexoravelmente num só sentido — para a frente, sempre para a frente.

Qualquer que seja sua velocidade para a frente, jamais se pode fazer o tempo recuar. O presente em que vivemos é momentâneo.

Contudo, este presente está em movimento; corre continuamente em direcção ao passado, sem cessar.

O passado passou; entrou na história, e nunca poderá repetir-se. Toda tentativa de fazê-lo retornar é tão impossível quanto tentar fazer uma cascata cair de baixo para cima, ou uma flecha voar de volta em direcção do arco que a atirou. Nossos erros deixaram suas marcas na corrente do tempo; e procuramos aprender com eles de forma a tirar algum proveito na inevitabilidade do erro tão inerente à condição humana que praticamente a define.

O passado ou foi ganho ou foi perdido. Não se tem mais controle sobre ele.

O futuro é diferente. Está vindo sempre ao nosso encontro. Podemos reconhecer os obstáculos que porventura surjam diante de nós, e preparar-nos para fazer face a eles.

"AMA a vida?", perguntou Benjamin Franklin há muitos anos atrás. "Se assim for, não desperdice o tempo; pois ele é a matéria-prima da vida."

Portanto a forma como usamos o tempo presente pode determinar que futuro estamos construindo.»

Oxalá me engane

Suspeito que se hoje o Labreca jogar, e a sua influência for decisiva (leia-se: se muitas bolas forem à baliza através de remates fortes e de longe e houver muitos cruzamentos) no jogo, eu estarei aqui a escrever: "Eu não disse?"

Porquê? Por causa disto. E de outras parangonas exageradas como por exemplo (cito de memória):

“Assim nasce um herói!”

Se desta vez eu meter a viola no saco será talvez porque este
peso pluma
não vai jogar.

Talvez. Isto é tudo talvez.

Porque eu não prevejo o futuro. Mas vai haver um futuro, ah isso vai.

Amanhã falaremos sobre o passado e aí vai ser mais fácil de perceberem o que quero dizer.

É sempre possível prever o futuro quando se sabe tudo o que aconteceu no passado.

Eu não sei tudo. Mas sei alguma coisa.

Certezas? Só no presente se podem ter. Ao avaliar o passado.

Confusos? Depois eu explico. Quando tiver tempo.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Grande contratação para a equipa dos gajos

Se há praga de que a blogosfera está infestada é de blogues de gajas com
poesias e florzinhas e
mariquices do género.

Pois bem, finalmente as coisas começam a ficar mais equilibradas para o lado masculino (masculino de macho mesmo).

Dou as boas vindas ao Coisas de Gajos.

Cá fico à espera da sandes de coirato. Desde que seja no Alvalade XXI.

sexta-feira, novembro 03, 2006

O Euro, essa moeda tão dada a eufemismos

Estranho muito esta notícia da SIC Online, especialmente o título: Casos intrigantes na Alemanha. - Notas de euro desfazem-se assim que são levantadas em caixas ATM

Ao que parece as notas levantadas nos multibancos Alemães estão a desaparecer misteriosamente logo depois de serem levantadas.

Não vejo o que terá este caso de intrigante, comigo sucede o mesmo e desde há muito tempo. Assim que as levanto também desaparecem misteriosamente. Só pode ser falta de assunto, por parte da SIC Online, falar duma coisa tão corriqueira e do dia a dia dos Portugueses...

A polémica do anonimato e MST

O primeiro post publicado aqui n' A Matriz (já que
o anterior foi uma espécie de apresentação) foi um elogio contrariado (e algo exagerado) ao Miguel Sousa Tavares (MST), para que percebam porquê aqui o transcrevo:

"Não vou com a cara do Miguel Sousa Tavares. Acho-o arrogante. Tem ar-de-que-tem-a-mania-que-é-bom. É do F.C. Porto. Tem sotaque de tripeiro e faz por não disfarçar que tem. Tem sempre aquele ar um bocado pedante de quem se acha superior e mais inteligente. É um pouco grosseiro e nada simpático. Pronto. Agora que já disse tudo o que tinha a dizer sobre o que penso do Miguel Sousa Tavares, posso dizer o seguinte: o romance "Equador" de Miguel Sousa Tavares é um livro muito bom. Recomendo a sua leitura. Uma obra ao nível dos "Maias" de Eça de Queiroz. Acho que é um bom elogio a um trabalho, vindo de quem vem."

É muito curioso que justamente no momento em que tento reanimar A Matriz, este assunto esteja a ser tão badalado na Blogosfera e até nos jornais, o que indica a cada vez maior importância que a blogosfera vai tendo, para desânimo de algumas mentes mais... conservadoras, chamemos-lhe assim.

A mim parece-me que a acusação, anónima, é feita com alguma má fé e com algum exagero, pois a obra está aí, e MST inclui o livro que supostamente "plagiou" na bibliografia. E MST pode ter muitos defeitos (ver transcrição acima), mas estúpido não me parece ser um deles. No entanto, tal como refere a Revista Visão (na edição 712), a sua reacção a isto tudo não terá sido a mais elegante, tendo sido transcrita nas páginas do 24 Horas, aquele jornal especializado em colocar "temas edificantes" na primeira página como a reacção de MST e, para citar outro exemplo, o bidé da Merche Romero. Adiante.

Para quem não está a par desta polémica (caso não leiam blogues ou o 24 Horas) recomendo o resumo de toda a confusão neste post do JCD no Blasfémias.

E para quem quiser ler uma opinião sensata e imparcial (na minha modesta opinião) sobre esta história do anonimato e dos blogues que tem gerado tantas virgens ofendidas, recomendo a leitura do Portfólio de Manuel António Pina na Visão desta semana (Pág. 102 Edição 713). Vale a pena lê-la e divulgá-la na net. Se tiver tempo (e a Visão e o Manuel Pina não se importarem de que eu os "plagie") talvez coloque aqui esse texto ainda.